Pirenópolis

Localizada a cerca de 150 km de Brasília e 120 km de Goiânia, com acesso tranquilo pelas duas capitais, Pirenópolis é considerado um dos centros turísticos e ecológicos mais atraentes do país.

Conhecida nacional e internacionalmente por sua natureza exuberante e preservada e suas manifestações populares e folclóricas, guarda o regionalismo, a história e a cultura da cidade há três séculos, por meio de festas populares como as “Cavalhadas”, apresentação simultânea à “Festa do Divino Espírito Santo”, eleita a festa do ano em 2022 pelo Prêmio Passaporte Aberto da Organização Mundial dos Periodistas de Turismo (OMPT), além de festejos durante todo o ano. 

Os estilos são os mais variados, como o Canto da Primavera, Festivais Gastronômicos, Feiras Literárias, entre outros. 

Por tantos motivos, foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que realizou seu tombamento em 1990, fato que influenciou a preservação de suas linhas arquitetônicas originais. 

Seja nas ruas e ladeiras estreitas de pedra, serras e cerrado; ou trilhas que guardam exuberância e conservação ambiental, a cidade de Pirenópolis encanta moradores e turistas desde o século XVIII. 

Igrejas, casas e casarões estampam preservados na arquitetura, o estilo Colonial Barroco da época da fundação da cidade, em 1727. 

Monumentos históricos como a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, fundada em 1732 e nomeada o maior e mais antigo monumento histórico do estado de Goiás, é um dos pontos mais visitados pelos turistas. 

É também considerada o berço da cultura goiana, justamente por inspirar artistas e artesãos locais, e atrair talentos consagrados que buscam contato com natureza e qualidade de vida para desenvolver seus trabalhos. 

O resultado dessa valorização cultural é a produção de artesanatos autênticos, com excelente acabamento como cerâmica, tecelagem, artes plásticas, móveis artesanais e ecológicos, entre outros.  

Com o destaque para design em prata, atividade artesanal comum no município que já foi nacionalmente reconhecida com o título de Indicação Geográfica IG. 

A mais nova vocação do município que reflete diretamente no crescimento econômico e turístico da região é a vinicultura.

Produtores de todos os portes têm investido no terroir do cerrado, com perspectiva promissora impulsionada pelo apoio da prefeitura com o lançamento da Rota dos Pireneus Queijos e Vinhos, focada em enoturismo.

História

A história de Pirenópolis é uma das mais relevantes do Estado de Goiás. Berço da Cultura Goiana, a cidade foi fundada como um pequeno arraial em 1727, quando Manoel Rodrigues Tomás, chefe de um grupo de garimpeiros submetidos ao bandeirante Anhanguera e guiado por Urbano do Couto Menezes, chegou à região com a missão de descobrir novas jazidas de ouro. 

A data oficial de fundação de Pirenópolis é 7 de outubro de 1727, dia de Nossa  Senhora do Rosário. Mas é de 1732 a carta régia que comunica a Portugal a existência das Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meya Ponte, que deu origem à cidade (BERTRAN, 2000:78). 

Situada no centro-sul do território goiano, à beira de uma curva fechada do Rio das Almas e ocupando o flanco sul da Serra dos Pireneus, a região de Pirenópolis é uma das três zonas que foram povoadas durante o século 18, devido ao garimpo de aluvião.

Entretanto, a nascente Meya Ponte ganhou importância política e econômica por estar situada no cruzamento dos vários caminhos coloniais: a Estrada Real, que levava às Minas Gerais e ao Rio de Janeiro; a Estrada de São Paulo; a picada da Bahia, por onde as províncias do Norte eram alcançadas; e a Estrada de Cuiabá.  

Por mais de uma centena de anos circularam por estes caminhos não só mercadorias, como também ilustres viajantes, ideias e bens culturais.

O ciclo do ouro, embora de curta duração, foi intenso o suficiente para consolidar rapidamente o núcleo urbano do povoado. 

Na década de 1750, em pleno apogeu da extração aurífera, já se configurava o perímetro urbano, formado a partir da Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora do Rosário) e com seus extremos delimitados por outras igrejas, algumas ainda em construção: a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (1743 a 1757, onde atualmente está a Praça do Coreto), Nosso Senhor do Bonfim (1750), Nossa Senhora do Carmo  (1750) e Nossa Senhora da Boa Morte da Lapa (1760). 

No início do século 19, além  das igrejas, Meya Ponte contava com cerca de 300 casas, oito ruas, travessas, becos,  praças, chafarizes, uma fonte, a Cadeia Pública e o Hospício dos Religiosos da Terra Santa (CARVALHO, 2007:34-36). 

Após o vertiginoso crescimento experimentado pelo povoado nas décadas seguintes à  sua fundação, o período entre 1750 e 1850 foi marcado pela decadência da  mineração. 

Entretanto, favorecida pelos caminhos coloniais, a partir de 1800 a economia se reativa com base na agricultura (principalmente de algodão), na pecuária e no comércio tropeiro – inclusive de exportação – com a população se assentando em engenhos e fazendas, e desenvolvendo uma economia preponderantemente rural, fundada na “abastância”, expressão cunhada pelo historiador Paulo Bertran para explicar a economia desses tempos nos sertões goianos: “Abastância” de bastante, diferente de abundante. 

São dessa mesma época os registros sobre a intensa atividade cultural de Pirenópolis, berço de músicos e compositores famosos – como José Joaquim Pereira da Veiga e Tonico do Padre – e de artistas como Veiga Valle, reconhecido como o maior escultor da região. 

Entre 1830 e 1834, a cidade sediou o primeiro jornal do estado de Goiás, chamado Matutina Meyapontense. O jornal, foi um marco na imprensa nacional, pois publicava os atos dos governos provinciais de Mato Grosso e Goiás. Circulou de 5 de março de 1830 a 24 de maio de 1834, totalizando 526 edições. 

Em meados do século 19 as atividades comerciais de Meya Ponte vão perdendo importância no contexto regional. A cidade começa a viver um longo período de isolamento e estagnação econômica atribuído, pela memória local, mais que à precariedade das estradas, ao falecimento do grande fazendeiro e comerciante Joaquim de Oliveira, em 1851. 

Uma das iniciativas locais para tentar superar a estagnação e o isolamento foi a mudança do nome da cidade, de Meya Ponte para Pirenópolis, em 1890. Pouco  depois, a cidade recebeu e acolheu a Missão Cruls, nome pelo qual ficou conhecida a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, encarregada dos estudos para  demarcação da área onde deveria ser construída a futura capital da República, conforme determinação constitucional.

Planta baixa da cidade de Pirenópolis, realizada pela Missão Cruls - Arquivo ETEC-IPHAN – Pirenópolis

Ao entrar no século 20 Pirenópolis permanece em seu quadro de isolamento, provocado pelas estradas precárias e o distanciamento dos circuitos econômicos da região. 

Transformações significativas só vão ocorrer na década de 1930, com a fundação de Goiânia (1933) e a consolidação de outros pólos  de desenvolvimento regional, como Anápolis, onde chegou a ferrovia em 1935. 

Além  de fornecedora de gado e derivados, Pirenópolis empenhava-se na organização da extração de quartzito, visando abastecer esses novos mercados de construção.  

A partir da década de 1960, com a implantação de Brasília, e no decorrer da década seguinte, refazem-se os ciclos migratórios e novas vocações econômicas se desenvolvem na região. 

A extração de quartzito, a chamada “Pedra de Pirenópolis”, ganha impulso e dá emprego a um grande contingente da população.

Pode-se dizer que o período de grandes transformações de Pirenópolis tem início no final da década de 1980, a partir da implantação de estradas asfaltadas que a ligavam a Brasília e a Goiânia. 

Desde então o turismo começa a se configurar como outra vocação da cidade, principalmente por três fatores: a proximidade de Brasília – que “redescobre” Pirenópolis e faz dela um de seus pontos preferidos de lazer; o esforço das agências de turismo goianas em construir uma identidade regional que pudesse ser projetada no cenário nacional; e as ações de preservação do patrimônio cultural de Pirenópolis, promovidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Em poucos anos, multiplicaram-se as pousadas, restaurantes, ateliês e os serviços em geral. 

Um dos principais atrativos para o turismo é o sítio histórico, tombado como patrimônio nacional em 1990. 

O tombamento compreende o Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Pirenópolis, que constitui-se em “(…) um dos mais interessantes exemplos de urbanismo da rede de vilas do ciclo do ouro em Goiás, pela implantação na paisagem, pelo uso de técnicas e materiais adaptados nas edificações e na sua qualidade construtiva“.

O sítio tombado corresponde à área consolidada até fins do  século 19 (cerca de 50% da área urbana atual) e permanece até os dias de hoje como espaço vital para a vida econômica e social local. 

Ao lado de várias iniciativas de preservação ambiental, os inúmeros atrativos naturais do município passaram a se estruturar para receber o turista, especialmente nos anos  1990. 

Pirenópolis conta hoje com diversas áreas protegidas: 

  • o Parque Estadual dos  Pireneus, que encerra as nascentes do Rio das Almas e do Rio Corumbá e tem como ponto culminante o Pico dos Pireneus, o mais alto da região; 
  • as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) Santuário de Vida Silvestre Vagafogo, Fazenda  Arruda, Fazenda Gleba Vargem Grande I, Santuário de Vida Silvestre Flor das Águas  e a Reserva Santuário de Gabriel;
  • a Área de Proteção Ambiental (APA) dos Pireneus, que cobre a região serrana e o entorno do Parque Estadual dos Pireneus (Ministério da  Cultura – IPHAN. Programa de Reabilitação Urbana de Sítios Históricos – Urbis – Pirenópolis, s/d). 

Polígono de Tombamento e seu entorno – Município de Pirenópolis – GO - Arquivo ETEC-IPHAN Pirenópolis

Pirenópolis entrou no século 21 em meio a uma série de investimentos públicos na restauração de prédios históricos, buscando diretrizes de crescimento e procurando criar políticas voltadas para a cultura e a preservação do meio-ambiente. 

Plena de belezas naturais, dona de um conjunto arquitetônico colonial preservado e de tradições culturais vigorosas, a cidade ganha espaço no cenário turístico regional e nacional, porque o diálogo com a modernidade se realiza sobre o pano de fundo de seus valores e tradições.  

A cidade já recebeu os apelidos de “Capital da Prata”, “Berço da Imprensa Goiana”, “Atenas  de Goiás” e “Paris-nópolis”, entre outros. 

Mapa da Cidade

Geografia

Pirenópolis é um dos vinte municípios que compõem a microrregião do Entorno do  Distrito Federal, e conta atualmente com uma população estimada de 26 mil habitantes, distribuídos entre as áreas urbanas e rurais, constituídas pela sede, nove povoados e o distrito de Lagolândia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A cidade de Pirenópolis está localizada a 137 km de Brasília e 123 km de Goiânia, e as principais rodovias de acesso ao município são a BR-060, para quem vem de Goiânia e a BR-070, para quem vem de Brasília. 

Assim, em meio às suas ocupações tradicionais e às novidades trazidas pelo turismo, os moradores de Pirenópolis continuam se reconhecendo e refazendo sua identidade no ciclo permanente de festividades que marcam a vida social local. 

Deste modo, são  preservados e reproduzidos permanentemente os valores rurais e religiosos dessa sociedade. 

Ao mesmo tempo, a população aceita o turismo como fonte de novas oportunidades  econômicas e o utiliza como forma de articular história e identidade local. 

Há, naturalmente, a lenta incorporação de novas necessidades – culturais, sociais e econômicas – advindas do contato com centros urbanos maiores, principalmente Brasília e Goiânia, e seus estilos de vida diferenciados. 

Economia

Embora nas duas últimas décadas o turismo venha ganhando importância na economia local e empregando boa parte da população, cerca de 60% da economia do município está baseada na extração de quartzito. 

Entre empregos diretos e indiretos, as pedreiras da Prefeitura empregam cerca de 5 mil trabalhadores. 

A “Pedra-de-Pirenópolis” é usada na construção civil para revestimentos e pisos; e decora ruas e casas da cidade. 

O quartzito, nome científico da pedra encontrada na região, percorre estradas de todo Brasil e já é amplamente comercializada até com o exterior. 

A pecuária – principalmente a produção de carne e leite – também se destaca como segmento importante para a economia do município. 

Turismo

Com mais de 80 cachoeiras, cerrado, morros e serras preservados, Pirenópolis proporciona beleza, tranquilidade, descanso, hospitalidade e entretenimento cultural aos mais de 40 mil visitantes, que passam mensalmente pela pequena cidade. 

Disponibiliza serviços especializados em hotelaria e gastronomia, profissionais qualificados, experiências exclusivas e românticas e por isso mesmo, recebe turistas do mundo inteiro sem deixar a desejar. 

Como atividade econômica, teve um forte impulso a partir do ano 2000, com a divulgação maciça de Pirenópolis e Goiás por meio do Governo do Estado. O município foi pauta de novelas, anúncios televisivos, revistas, carnaval carioca, entre  outras oportunidades. 

Nas últimas décadas, o turismo em Pirenópolis vem ganhando grande importância, tornando-se a principal fonte de economia local; trazendo comércio e serviços; e gerando grande volume de emprego e renda. 

Os turistas que visitam a cidade vêm principalmente de Brasília e Goiânia. A média de visitação mensal (fora os feriados) é de aproximadamente 50 mil pessoas (quase duas vezes o número da população local). 

Pesquisa realizada pela Goiás Turismo em 2022 mostra que a principal motivação dos visitantes é o turismo de bem-estar, citado por 43,4% dos entrevistados, seguido por atividades ao ar livre (20,8%) e experiências compartilhadas em família (13,4%).

Entre os principais nichos, também se destacam o Turismo Histórico e Cultural, Gastronômico, Ecoturismo, Turismo de Aventura e a mais nova vocação turística da região: o enoturismo.

 Em 2023, a cidade iniciou sua jornada na implantação de estratégias de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), uma iniciativa do Programa Turismo Futuro Brasil, parceria entre o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 

O município foi um dos 12 destinos selecionados no Brasil para integrar o programa, que irá orientar o poder público local, sociedade civil organizada, empreendedores e outros atores a implantarem estratégias que vão impactar positivamente o meio ambiente, a qualidade de vida dos moradores e proporcionar novas experiências para os turistas.

Para que se alcancem esses objetivos, o programa oferece uma consultoria externa que irá trabalhar em parceria com a cidade na atualização das estratégias de desenvolvimento do turismo. Em Pirenópolis esse trabalho será feito pela GKS Inteligência Territorial.

 Os eixos de desenvolvimento deste projeto são nove: governança, inovação, tecnologia, acessibilidade, sustentabilidade, mobilidade e transporte, promoção e marketing, segurança e criatividade.

A oportunidade de se tornar um destino que gerencia seus processos e seu território de forma inovadora e sustentável, premissa do DTI, potencializará ainda mais Pirenópolis e seus 205 anos de desenvolvimento, história, cultura e preservação do patrimônio brasileiro.

Pirenópolis também tem um polo de produção de joias em prata que conta com Indicação Geográfica de Procedência, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi), e é uma das cidades da Rota dos Pireneus, de queijo, uvas e vinhos de Goiás – ambas ações com participação do Sebrae.

(Fonte: DISTRITOS E POVOADOS DO MUNICÍPIO)

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